sexta-feira, 23 de junho de 2017

[Resenha] Loui, o palhaço medonho & outros contos sombrios - Leonardo Otaciano e Matheuz Silva


    Hey, gente! Tudo bem com vocês? Espero que sim, mas, vou logo avisando: a resenha de hoje pode te deixar assustado (a)! Não diga que não avisei... hahaha'



Ficha Técnica:

Título: Loui, o palhaço medonho & outros contos sombrios
Editora: Fonzie
Autor: Leonardo Otaciano e Matheuz Silva
Páginas: 132





Sinopse:
"Acervo sombrio de Leonardo Otaciano e Matheuz Silva ocupado por tétricos vilões, criaturas sobrenaturais, elementos sanguinários, jovens possessos e um medonho palhaço, seres presenciados pelo leitor em âmbitos excêntricos e corriqueiros. O medo será um louvável companheiro durante as descobertas nefastas destes recontos."
Resenha:

     Não adianta correr, “Luzes acesas não te salvam da morte”. Este é um dos trechos da antologia Loui, o palhaço medonho & outros contos sombrios, de Leonardo Otaciano e Matheuz Silva, que define bem do que o livro trata: medos. Esse é o quinto livro de Leonardo, que publica desde 2011, e primeiro em parceria com o filho, unindo seus gostos pelo terror, rock e literatura em uma coletânea onde tudo é possível, principalmente se for o pior pesadelo de uma criança. 
     Lidando com figuras do imaginário desse gênero, os doze contos partem da ideia da existência de um inferno/submundo onde, possivelmente, haveria criaturas malignas acordando para trazerem o mal à Terra. Os autores começam a narrativa instigando o leitor com uma breve apresentação, posteriormente, levando-o até um cenário arrepiante no qual ele precisa pensar: “Você ficaria? Você correria? Você gritaria? O que você faria?”. Uma forma de mergulhar a fundo no clima macabro que Leonardo e Matheuz revezam na antologia.
     E é a partir desse ponto que conhecemos o palhaço de cabelos vermelhos, o espantalho egoísta, o duende Déwin e outros seres que obscurecem ainda mais as vidas já complicadas dos personagens. Nícolas é um garoto “invisível”, não tem a atenção dos pais e ainda por cima, conversa com um palhaço medonho que não o deixa em paz! Ele e seus melhores amigos, Dan, Phil e Nestor são de Leopoldina, Minas Gerais, e não acreditavam nas histórias de Nic sobre o palhaço, até que seus medos são testados pelo inesperado visitante com um machado na mão. 

Vim capturar as suas almas. Hoje vocês irão comigo. Vejam isto, estes são os seus túmulos – mostrou-lhes as covas. – Vocês não viram as fotos de vocês dentro da capelinha? Muitos já vieram rezar por suas almas, mas era tudo em vão. Eu não ando, eu não tenho carro, eu não voo. Eu sou apenas a Morte e vou levá-los comigo hoje. (O cemitério perdido, p. 80)

     José e João são primos medrosos, mas que queriam tirar a limpo os boatos de que haveria um duende nas redondezas da escola de São Sebastião, em São João Del Rei. Afinal, pessoas e animais desaparecidos, mortos, por uma criatura de lendas infantis? Ah, parecia bobagem! Mas quando conhecem Déwin, respostas são dadas. Os dois contos principais se mesclam com um desfecho nada esperado, onde o leitor mais uma vez se pergunta “o que faria” se estivesse ali.
     A leitura flui facilmente, consegue nos prender no emaranhado de emoções e em todo o mistério e suspense construído na narrativa. A edição contém ilustrações e citações, deixando tudo ainda mais envolvente. Com personagens intensos, trama repleta de descrições e toda a curiosidade para entender a ligação do palhaço Loui com seu “amiguinho” Nic, a escrita coletiva de Leonardo e Matheuz conseguiu deixar seu recado de que:

 “certas escolhas podem levar a estrada escura e sem volta”.

Minha nota:

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