terça-feira, 17 de julho de 2018

É empatia, que fala?


    Hey galerinha!
   Como eu disse no último post, estamos no mês do dia do escritor. E você já parou para pensar que temos vários escritores entre nós que, por vergonha ou falta de incentivo, nunca mostram seus textos (ou pior, desistem deles) e assim, perdem grandes oportunidades? Este post é para falarmos sobre empatia. Sabia que isso muda a vida de alguém?


   Você pode achar que estou falando mais do mesmo. Sempre digo aqui no blog, principalmente em dias de #SemanaW, o quanto é importante apoiar e divulgar o trabalho de um autor (no nosso caso, principalmente os nacionais). Só que eu gostaria de fazer você pensar nisso de outra maneira, hoje. Não só pelo lado da visibilidade que todo escritor procura ganhar e, sim, pela realização pessoal que aquele trabalho proporciona para ele. 
    Costumamos dizer que um livro é como um filho, que foi gerado com muito carinho e cuidado. Noites em claro, ansiedade, expectativas... E depois do lançamento, isso só piora. Acredite em mim, pode piorar! Pois é quando descobrimos que nossa "obra prima" é apenas mais um produto. E que isso faz de nós não apenas criadores, mais marqueteiros, vendedores, uma figura pública... Você acha que é fácil lidar com essas coisas? Some à isso o fato de que a literatura nacional ainda não tem o espaço que merece nas prateleiras, há dificuldade em conseguir editoras responsáveis, criar público, etc, etc, etc. Inúmeros "poréns" que muita gente não faz ideia que existe por trás da vida de um escritor.
    Imagine uma pessoa que não tem nenhum trabalho publicado, que está timidamente começando e se encontra perdido... ou aquele autor que idealizou por muito tempo determinada obra, que deixou de conquistar outras coisas em sua vida para priorizar aquele projeto... pense também em alguém pressionado, que não vê sucesso nas demais áreas da sua vida e a única coisa a qual acredita é na força de sua história. Imaginou? Agora visualize alguém dizendo: "você não vai conseguir", para esse escritor. Sentiu?

    Sabemos que ser escritor não é visto como profissão oficial, logo, também sabemos que não se ganha muito dinheiro a não ser que você tenha de um dia para o outro um best-seller na gaveta. No entanto, também sabemos que os verdadeiros autores não pensam no dinheiro, na fama, e sim na singela ideia de ser lido. De ter sua história tocando o coração de alguém. 
     Escritores são observadores, enxergam o que há de belo nas pequenas coisas, muitas vezes se pegam solitários por isso e podem ser mal compreendidos pela forma como pensam e lidam com a vida. Se de repente, por algum dos vários possíveis motivos, ele se ver desmotivado, não é tão simples voltar a pegar numa caneta e rascunhar qualquer papel.
    Assim entramos no bloqueio criativo? Sim, esse é um dos caminhos para a famigerada falta de inspiração. Nem precisa necessariamente ter alguém dizendo: "você não vai conseguir"; às vezes, o próprio funcionamento do mercado editorial (que é muito injusto) nos faz pensar assim. Que não vale à pena. Que não está bom o suficiente. Que estou perdendo meu tempo. Que comigo é impossível. 
    E é aqui que eu entro com a importância do incentivo, de estimular, apoiar um escritor. Pois, de um bloqueio criativo para uma depressão, o caminho não é tão raro. Quando estamos lidando com sonhos, com a motivação pessoal de alguém, é necessário ter empatia. Se colocar junto ao outro. Saber que para chegar onde ele ou ela chegou, foi preciso muito esforço e que é essencial continuar a acreditar. E quando temos alguém que acredita junto com a gente fica ainda melhor, não é? É claro que aqui aproveito para reforçar que falta empatia em vários casos, de modo geral esta época digital vem deixando, ao meu ver, as pessoas mais distantes umas das outras ao mesmo tempo em que estão mais conectadas; deve-se ter atenção quanto ao nosso papel nisso (desculpem meu desabafo). 


    O fato é que motivos para nos fazer desistir vão aparecer a todo instante, mas sabemos que quando queremos muito uma coisa é preciso ter foco, sem pressa. As melhores histórias são aquelas em que mais nos dedicamos, e o mesmo vale para a nossa vida pessoal. Não se esqueça, viu?

    Então, tenha empatia. Leia aquele capítulo, comente aquele trecho, ria e chore com seu autor favorito, estimule seu amigo que arrisca alguns parágrafos, acompanhe de perto, seja sincero. Você estará ajudando alguém a acreditar no potencial que ele tem. E isso pode fazer coisas maravilhosas acontecerem. Pense nisso.


Nenhum comentário:

Postar um comentário