Já disse aqui no blog como a poesia de Amanda Lovelace foi uma descoberta incrível, seus dois livros da série As mulheres são um tipo de magia se tornaram os meus novos queridinhos, recentemente lidos pelo Kindle. Então agora fiquem com a resenha do segundo!
Sinopse:
Aqueles que consideram “bruxa” um xingamento não poderiam estar mais enganados: bruxas são mulheres capazes de incendiar o mundo ao seu redor. Resgatando essa imagem ancestral da figura feminina naturalmente poderosa, independente e, agora, indestrutível, Amanda Lovelace aprofunda a combinação de contundência e lirismo que arrebatou leitores e marcou sua obra de estreia, "A princesa salva a si mesma neste livro", cujos poemas se dedicavam principalmente a temas como relacionamentos abusivos, crescimento pessoal e autoestima. Agora, em "A bruxa não vai para a fogueira neste livro", ela conclama a união das mulheres contra as mais variadas formas de violência e opressão. Ao lado de Rupi Kaur, de "Outros jeitos de usar a boca" e "O que o sol faz com as flores", Amanda é hoje um dos grandes nomes da nova poesia que surgiu nas redes sociais e, com linguagem direta e temática contemporânea, ganhou as ruas. Seu "A bruxa não vai para a fogueira neste livro" é mais do que uma obra escrita por uma mulher, sobre mulheres e para mulheres: trata-se de uma mensagem de ser humano para ser humano – um tijolo na construção de um mundo mais justo e igualitário. Título: A bruxa não vai para a fogueira neste livro
Autora: Amanda Lovelace Editora: Leya Páginas: 208
Resenha:
O mais bacana na obra de Lovelace é que seus poemas carregam a temática que propõe de modo muito particular: um grito de força. De poder, literalmente. De presença feminina de um jeito que não estamos acostumadas: de mulher para mulher e para qualquer um que queira reencontrar sua voz nessa floresta que é o inconsciente da alma humana.
repita
comigo
agora:
"eu sou uma mulher
eu sou um ser humano
& eu sou importante
sem nenhuma outra
condição exigida.
você pode não
ver o meu valor,
mas eu vejo.
eu vejo."
-queridas mulheres
Seus versos ao mesmo tempo em que levantam a bandeira do feminismo - ainda precisamos lembrar da existência de tais conceitos, mas já deveriam ser intrínsecos na sociedade de nosso tempo -, nos apresentam também a importância da empatia - outro termo ainda perdido nas sombras - nas relações sociais atuais.
De modo geral, assim como comentei sobre o primeiro livro, A princesa salva a si mesma neste livro, este nos faz embarcar numa viagem repleta de novos sentidos e paisagens. Entre profecias, temos seus poemas divididos por julgamento / a queima / a tempestade de fogo / as cinzas / o silêncio. E cada parte é igualmente coberta de uma identificação da parte do leitor que às vezes pede aquele respiro. São poemas que pesam com verdades, enquanto desmascaram o que os olhos do mundo capitalista e patriarcal não nos permitem ver. Cegos pelo machismo e silenciamento histórico das mulheres.
você
gentil
(vírgula)
resiliente
(vírgula)
criatura
mortal
(vírgula)
você
(ponto)
-você é uma força incontrolável
Não vejo a hora de ler mais da autora. Super vale a pena a reflexão de como a poesia também nos permite ir mais além em quem verdadeiramente somos ou pensamos ser. Gostou da resenha? Já leu algo da Amanda Lovelace? Comente e até a próxima!
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