quinta-feira, 13 de abril de 2017

#CineExpectativas: A Cabana


     Hey galerinha! Tudo bem?
   Semana Santa, então vamos falar um pouquinho do universo de A Cabana, filme lançado agora dia 7/4 aqui no Brasil, inspirado no livro de sucesso do autor William P. Young. 
  

  Fui assistir a adaptação no último domingo 09/04) sem expectativa nenhuma, por não conhecer a história do livro. A única coisa que eu esperava era, com certeza, confirmar a ideia de que a trama é muito envolvente e bonita, como dizem os leitores de Young. Estava curiosa para descobrir isso. 
   
SINOPSE:
"A filha mais nova de Mackenzie Allen Philip foi raptada durante as férias em família e há evidências de que ela foi brutalmente assassinada e abandonada numa cabana. Quatro anos mais tarde, Mack recebe uma nota suspeita, aparentemente vinda de Deus, convidando-o para voltar áquele cabana para passar o fim de semana. Ignorando alertas de que poderia ser uma cilada, ele segue numa tarde de inverno e volta a cenário de seu pior pesadelo. O que encontra lá muda sua vida para sempre. Num mundo em que religião parece tornar-se irrelevante, 'A Cabana' invoca a pergunta: 'Se Deus é tão poderoso e tão cheio de amor, por que não faz nada para amenizar a dor e o sofrimento do mundo?' As respostas encontradas por Mack surpreenderão você e, provavelmente, o transformarão tanto quanto ele."
  Mack, interpretado pelo ator Sam Worthington, é o personagem que já começa nos cativando pela história de sua infância. Ao vermos o quanto ele era afetado pela violência que a mãe sofria pelo próprio pai, é notável compreender a mudança de Mack quando adulto e pai de família. Assim, após a viagem de férias que ele faz com os três filhos, onde misteriosamente a filha mais nova dele desaparece, a família entra no sentimento de perda, onde tudo se desestabiliza, inclusive a relação entre eles. Anos depois, com aquele sentimento de culpa ainda pairando na vida de Mackenzie, sua esposa e o casal de filhos, ele encontra uma carta misteriosa lhe pedindo para visitar a cabana onde Missy pareceu ter sido violentada no passado. A procura de respostas (e vingança?), Mack vai até lá sozinho e encontra um lugar onde, surpreendentemente, Deus o esperava. 


   Não, não era só Deus (que é carinhosamente chamado de "Papai" quase sempre), ainda havia Sarayu (que em hebraico significa "princesa", representando o Espírito Santo) e Jesus. Os três convencem Mack de passar o final de semana com eles, podendo assim, cuidar dos sentimentos de culpa/angústia/revolta em Mack. E com essas curiosas companhias, Mack se vê entre os mistérios da vida e as respostas que ele tanto procurava. Um caminho difícil onde Mack precisa aceitar a morte da filha e aprender a perdoar, podendo assim, tentar voltar a ser feliz com sua família. 

  Cheio de mensagens, metáforas e símbolos, A cabana envolve elementos que cruzam o imaginário com a crença. A imagem de Deus é vista como ponto de partida, por muitas pessoas vista como heresia, foi uma surpresa ver "uma mulher negra, enorme e sorridente" (assim diz no livro) como "Papai". Ver a premiada atriz Octavia Spencer como um Deus mulher é, ao mesmo tempo que peculiar, uma forma inesperada de colocar três imagens muito discriminadas na sociedade como um ser superior: da mulher, da negra e da gorda. Não querendo entrar na ideia de heresia (por igualar Deus a nós, tão comum a ponto de ouvir música ao cozinhar o jantar), vejo a personagem de Spencer como um ponto positivo da obra de Young, olhando por esse lado de inovação ficcional. Lembrando que tem a ideia de Deus se apresentar a Mack como mulher por sua relação com o pai ter sido insustentável na infância, mas numa determinada parte Deus assume o perfil de um homem, pela necessidade imposta na cena. 
   De modo geral a essência da trama me agradou, o modo como foi posto a sequência de cenas e os cenários, a musicalidade na simplicidade dos diálogos e também a interpretação do elenco. O fato de o enredo ser centrado na questão de Deus ser bom ou mal para com seus filhos e a fé ou falta dela também ser colocada em jogo, em algum momento, possa ter sido enfadonha demais ou exagerada. A ideia é boa e poderia ter sido um pouquinho melhor explorada como ficção, coisas que vi muitos leitores comentando sobre o livro também, que talvez tenha entrado muito nesse lado "catequizador" ou de "propaganda da fé cristã". Apesar disso, é um bom filme para se assistir e refletir, com lições de vida sim, que possam ou não contribuir para sua moral e possa até lhe tirar algumas lágrimas (não foi o meu caso, mas muitas pessoas choraram na sala do cinema). Algumas cenas de humor dão um toque a mais no drama de Mack e a pureza de Missy é encantadora como a incômoda lenda da princesa índia. Vale a pena assistir em família e relaxar na volta para casa. 


  Desse modo, recomendo como ficção e não como auto-ajuda ou como um filme religioso. Mas como sempre digo aqui, o blog é apenas um espaço onde deixo minhas opiniões e recomendações sem o cunho de fato crítico (de modo profissional). 
   O livro com o mesmo nome foi lançado em 2007 nos EUA e no ano seguinte aqui no Brasil, conquistando mais de 25 milhões de cópias e se tornando um best-seller. O filme teve uma grande estréia por aqui, com mais de 544.641 expectadores, só não ganhando de A Bela e a Fera com a maior bilheteria do fim de semana. Não pretendo ler o livro por esse gênero não me atrair tanto quanto a pura ficção, portanto não sei dizer como o filme se enquadra quanto adaptação. Alguém aí leu? Assistiu? Gostou? Deixe seu comentário e bom final de semana de Páscoa!


Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/04/1874749-a-cabana-gera-debate-entre-cristaos-pela-representacao-que-faz-de-deus.shtml



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