O primeiro post de dezembro (e depois de tanto tempo sem atualizar o blog) tinha que ser especial. Já ouviram falar do escritor português José Saramago? Provavelmente sim, principalmente se puxar na memória o título Ensaio sobre a cegueira. Lembrou? Mas você sabia que ele também escreveu um conto infantil chamado A maior flor do mundo?
Resenha:
Eu não sabia. Na verdade eu não teria muito contato com a literatura portuguesa sem a minha graduação em Letras. E foi à partir de uma disciplina que cursei neste período que pude ler esta belezura de texto, publicado em 2001 em Lisboa.
Eu não sabia. Na verdade eu não teria muito contato com a literatura portuguesa sem a minha graduação em Letras. E foi à partir de uma disciplina que cursei neste período que pude ler esta belezura de texto, publicado em 2001 em Lisboa.
Já parou para pensar que lemos mais obras inglesas? Tente se aventurar pelas linhas portuguesas de Fernando Pessoa, o melhor exemplo que posso dar, e você certamente se surpreenderá.
Mas fechado os parênteses, vamos ao foco do post. A maior flor do mundo me surpreendeu. Primeiro, pois não sabia que o autor havia escrito algo pensando na linguagem das crianças, o que eu me interesso bastante. Estamos acostumados a ligá-lo à obras muito complexas e regadas de crítica, o que por muitas vezes pode gerar uma leitura intensa e lenta, dependendo do leitor, não acostumado ao português de Portugal e estilo de escrita de Saramago. Eu não queria que minha primeira leitura do autor fosse cair nesse lugar comum do "não consegui terminar de ler", então comecei por este conto e não poderia ter experiência melhor!
O conto é de fato curtinho, numa linguagem direta e sem diálogos, onde Saramago nos narra como ele gostaria que fosse a história infantil que ele queria escrever. Então, logo no início, ele nos apresenta esse jogo de autoria, convidando o leitor a ler algo que não estaria completo e pedindo que ele o termine.
A história em si é sobre um menino que sai de casa e anda até uma flor no alto de uma colina distante, só que ela está murchando e o menino faz várias viagens do rio até a flor para regá-la. Cansado, ele deita perto dela, que floresce e fica muito grande, dando sombra. Assim, os pais avistam a maior flor do mundo e curiosos vão atrás, conseguindo encontrar o filho perdido.
É uma narrativa de fácil compreensão para qualquer idade, não deixando de conter uma boa crítica ao crescimento urbano e ação do homem na natureza. Também nos faz pensar nessa busca do impossível, a criança como o futuro de uma nação que não chegaremos a ver por completo, mas que ainda assim nos deixa esperançosos.
Em 2007 saiu uma animação do conto, com Saramago como narrador e personagem. Vale a pena conferir, o curta foi criado com massinha e levou prêmio de melhor animação naquele ano.
O conto é de fato curtinho, numa linguagem direta e sem diálogos, onde Saramago nos narra como ele gostaria que fosse a história infantil que ele queria escrever. Então, logo no início, ele nos apresenta esse jogo de autoria, convidando o leitor a ler algo que não estaria completo e pedindo que ele o termine.
"As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples... Quem me dera saber escrever essas histórias...
Se eu tivesse aquelas qualidades, poderia contar, com pormenores, uma linda história que um dia inventei... Seria a mais linda de todas as que se escreveram desde o tempo dos contos de fadas e princesas encantadas..."
A história em si é sobre um menino que sai de casa e anda até uma flor no alto de uma colina distante, só que ela está murchando e o menino faz várias viagens do rio até a flor para regá-la. Cansado, ele deita perto dela, que floresce e fica muito grande, dando sombra. Assim, os pais avistam a maior flor do mundo e curiosos vão atrás, conseguindo encontrar o filho perdido.
É uma narrativa de fácil compreensão para qualquer idade, não deixando de conter uma boa crítica ao crescimento urbano e ação do homem na natureza. Também nos faz pensar nessa busca do impossível, a criança como o futuro de uma nação que não chegaremos a ver por completo, mas que ainda assim nos deixa esperançosos.
Em 2007 saiu uma animação do conto, com Saramago como narrador e personagem. Vale a pena conferir, o curta foi criado com massinha e levou prêmio de melhor animação naquele ano.
E você, conhecia essa história? Gostou de conhecer? Conte sobre sua relação com a literatura portuguesa, fiquei curiosa. E fiquemos com essa reflexão do autor, até mais!
"E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?"
José Saramago
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