Contos do outro lado do espelho - Marlon Borlachenco

Uma antologia de contos de terror de minha autoria.
O que é a vida se não a morte esperando para ocorrer? 
Escrever faz bem, alivia a alma. Este livro nada mais é do que um esforço em expurgar  as terríveis histórias que nascem em minha cabeça. 
Deixo que brotem nas paginas, a fim de dividir um pouco da minha insanidade com os que tiverem  vontade de dela compartilhar. 
Bem vindos.

1) Há quanto tempo você escreve ficção e desde quando publica no Wattpad?

R: Comecei a escrever bem cedo, aos doze anos, provavelmente. O problema é que, como eu nunca fui muito estimulado a continuar, acabei parando aos dezesseis. Voltei a escrever agora com quase trinta, há um ano atrás. Voltar a escrever foi extremamente difícil. Eu busquei a escrita como remédio para a depressão que me assolava há alguns anos. Já nem lembrava o quão divertido era escrever, mas assim que comecei, foi como se uma centelha, quase morta, ganhasse vida repentina.

Minha primeira história foi sobre uma dupla de assassinos, um profissional e um amador. Era uma história ridícula e extremamente amadora, mas foi ela que me colocou de volta neste mundo.

Conheci o wattpad através de um meme falando mal de escritores do wattpad, acredita?

Passei a publicar por lá em fevereiro de 2018, cheio de medo e ansiedade, mas a comunidade se mostrou muito divertida e amigável!

2) Quais autores servem de inspiração para você?

R: Lovecraft é, de longe,  a minha influência mais pesada. Foi depois de reler “Dagon”, como um adulto, que eu resolvi que eu podia me permitir escrever. O mythos dele é uma das coisas que eu mais amo na vida e meu sonho e criar o meu próprio mythos e panteão.

A obra do Stephen king também me influencia bastante, já que seus livros e suas respectivas adaptações para o cinema são algumas das minhas narrativas favoritas.

Neil Gaiman também tem um dedinho de influência em quase tudo que eu escrevo. Eu me apaixonei pelo clima de “The Graveyard Book”, desde então o tom mais obscuro aparece em tudo que eu escrevo, mesmo os contos de comédia.

Tem um escritor que eu admiro mais do que eu devia, considerando que eu escrevo contos de terror, Terry Pratchett. Ele acaba sendo minha maior influência na comédia, então volta e meia eu deixo um pouco de humor escapar e cair no meio dos contos de terror. “Discworld” é uma das melhores sagas do mundo.

3) "A cada dia que passa sinto que mais e mais de mim deixa de ser humano". Esse trecho é do primeiro conto em 'Contos do outro lado do espelho'. Como surgiu a ideia de reunir contos de horror para publicar na plataforma?

R: Quando eu conheci o Wattpad eu estava trabalhando em um romance e, quando batia a inspiração, escrevia um conto ou outro. Às vezes eram só ideias soltas e cenas interessantes que acabavam virando contos curtos. Eu achava um desperdício tanta coisa escrita sem ser lida, afinal de contas, ficar sem ser lida e como uma sentença de morte para uma narrativa. Eu comecei a publicá-las todas juntas e de uma vez em um livro, já retirado, homônimo ao atual.

Decidi então publicar apenas os de terror, que eram mais numerosos. Foi mais ou menos assim que nasceu o meu livro.  O romance no qual eu estava trabalhando acabou indo parar na geladeira.

4) A ficção nos permite abusar da imaginação, mas cada gênero carrega suas características chaves. Para você, qual seria o maior desafio ou facilidade ao trabalhar com o terror?

R: Eu acho extremamente difícil manter o tom e a intensidade da tensão, é de longe um dos meus maiores desafios. Tenho essa tendência de criar situações engraçadas que acabam quebrando a tensão dos contos.

Na via contrária, tenho que me controlar às vezes para não exagerar. Já criei alguns contos que ficaram tão pesados que eu preferi deletar.

5) Na escrita de contos, ter o tom certo para prender o leitor na leitura é essencial. Você se sente mais confortável com as pequenas narrativas ou também pretende publicar novelas/romances futuramente? Exploraria outros gêneros?

R: Eu tenho uma paixão inerente por comédia. Terry Pratchett e Douglas Adams estão por toda a estante da minha casa. Escrevi muitos contos de comédia no começo da minha aventura literária e vivo me prometendo que vou voltar a escrevê-las algum dia.

Por mais que eu goste de escrever meus contos, estou sempre trabalhando em uma ou outra narrativa maior.  

6) Conte-nos um pouco da sua experiência na plataforma: feedback dos leitores, amigos escritores, desafios da divulgação...

R: Tenho amado cada segundo! O Wattpad é um lugar mágico e sinceramente acho que todo o escritor devia publicar ao menos alguma coisa por lá. É incalculável o valor dos comentários dos leitores, trecho a trecho. As reações deles perante as suas reviravoltas e às surpresas são deliciosas.

Fiz amizades inestimáveis, escritores maravilhosos e geniais. Escondidos em uma plataforma da internet, mas que mereciam estar em todas as estantes do mundo. Eles me ajudaram muito quando comecei a divulgar e a expor o que eu escrevia.

Creio que, até certa medida, divulgar ainda seja a parte mais difícil. Exige muita coragem, pedir que alguém leia algo que você escreveu. Toda a vez tenho que superar uma leve onda de falta de confiança, mas tenho me esforçado.

7) Tem algum novo projeto para ser publicado em breve (físico/digital) ou em andamento? Conta pra gente!

R: Eu tenho trabalhado em um romance que conta a história por trás dos contos. A história completa do Dr. Arthur G. Wells e a investigação de seu desaparecimento. A história vai se focar no detetive Joshua Falcone e vai se passar quase que por inteira em minha cidade fictícia, Gliphord.

Eu espero publicar, pelo wattpad mesmo, até o segundo semestre do ano que vem, se tudo der certo.

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